Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Sou tantas e sou uma... Existo e sumo... Mergulho e retorno... Intensa, curiosa, aprendiz, crítica, sensível... Por vezes sábia. Vivendo na montanha-russa, em altos e baixos constantes... Metamorfose ambulante. Eu? "Contradigo a mim mesmo porque sou vasto" (Walt Whitman)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Filtro Solar- Formatura de Psicologia

Vídeo da minha formatura em Psicologia, em 2006, feito por minhas amigas Daisy, Renata e Vanessa.

O texto do Bial é excelente!

Ficou demais!!

Imagine

Essa não podia faltar!
Que saudades, John Lennon...

James Taylor - You've Got A Friend '71

Hoje estou fazendo uma viagem aos anos 60 e 70, que curti demais - infância e adolescência -, riponga que eu era, de corpo e alma!
Acho que ainda sou!!
Divirtam-se com esse clássico emocionante!
Beijos...

ANGIE - THE ROLLING STONES / AJDA PEKKAN ® Community C.A.

Como eu ainda adoro essa canção!...
Sessão nostalgia hoje tá demais!!...rsrsrs
Ai, ai...

sábado, 24 de novembro de 2007

PERSONA














PERSONA

(Regina Milone)


“O homem tem duas almas: uma que olha de dentro para fora e outra que olha de fora para dentro”.

(Machado de Assis)


Carl Gustav Jung, médico suíço, psiquiatra e criador da Psicologia Analítica, viveu de 1875 a 1961. Possuía visão holística do homem, isto é, via a relação das partes com o todo e não só das partes entre si, visando administrar essas partes para alcançar a totalidade. Essa é a busca do que ele chamou de “processo de individuação”, que podemos ver descrito em imagens e diferentes etapas nos contos de fada, nos mitos, nos sonhos, etc. Para Jung, nascemos “self” (= totalidade), mas para nos adaptarmos socialmente vamos nos afastando dele, criando máscaras (= personas) e é no processo de individuação, que dura toda a nossa vida, que cada um pode “vir a ser o que o indivíduo é de fato”, chegando novamente à esse “self”. É no processo de individuação que nós vamos nos diferenciando e desenvolvendo.

O passo preliminar desse processo é o desvestimento das falsas roupagens da persona. A palavra “persona” significa “expressar-se através de uma máscara” e vem do teatro grego pois, para os antigos, persona era a máscara que o ator usava segundo o papel que ia representar.

Segundo Jung, para estabelecer contatos com o mundo exterior e adaptar-se às exigências do meio, assume-se uma aparência artificial que não corresponde ao ser autêntico. Esta aparência seria a persona (na verdade, usamos várias personas, segundo Jung).

Podemos ver as personas como fachadas criadas de acordo com as convenções coletivas, quer no vestir, no falar ou nos gestos: persona de professor, de médico, de militar, etc.

A persona é um sistema útil de defesa, mas, quando é muito valorizada, o ego consciente pode fundir-se com ela e o indivíduo ficar reduzido aos seus cargos e títulos, isto é, à sua casca de revestimento. Dessa forma, ele se afasta do seu “self”, que representa suas verdadeiras potencialidades.

Segundo Jung, existe uma oposição entre os arquétipos (carga com a qual nascemos) da persona e da sombra. A “sombra” representa a parte de nossa personalidade total que nos causa repugnância. O excesso de “persona” pode reprimir totalmente a “sombra” e esta, então, é projetada, gerando injustiças e preconceitos como, por exemplo, a discriminação racial (projeção da sombra coletiva).

Um exemplo da oposição Persona X Sombra, é o personagem com dupla personalidade do romance “O médico e o monstro”, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, onde o primeiro é o médico sensível e bondoso – persona - e o segundo um monstro insensível e criminoso – sombra -, representando os dois lados (polaridades opostas) da mesma pessoa.

A esse respeito, Jung dizia: “Tenha a doçura das pombas, mas também tenha a astúcia da serpente”.



Persona é:

- o falso “eu”

- máscara

- sedutora

- proteção necessária (não ter persona é ficar kamikaze na vida)

- expansão

- ferramenta na nossa estruturação egóica

- arquético da adaptação social

- pseudoego: faceta externa de adaptação do ego (no início o ego se encontra na persona, formada para atender à expectativa dos pais)

- compromisso do ego com o mundo externo (identidade social)

- como a pessoa é perante a sociedade

- desempenhar um papel social

- parecer isto ou aquilo

- compromisso entre o indivíduo e a sociedade: nome, título, ocupação, etc.

- atitudes em relação ao mundo

- imagem de si mesmo apresentada ao mundo

- mediadora entre o ego e o meio externo

- cartão de visita


“A barba não faz o filósofo”

(Plutarco)


A persona pode ser mais genuína ou pode ser pura representação e aparência (falsa e mal intencionada). A persona genuína pode ser, por exemplo, um papel que você desempenha vindo de dentro – exemplo: o de neta, o de professora etc – e, nesse caso, é sincero e pode estar ligado a um arquétipo – por exemplo: a persona de neta respeitosa diante da “velha sábia”.

A persona expressa-se em imagens de roupas, uniformes, máscaras, nudez, transparências, estar descalço, etc. Por exemplo: um professor que sonha estar dando aula nu – este sonho pode ter, a princípio, dois significados opostos: ou ele está exposto demais, precisando se preservar e firmar seu papel (persona) de professor, ou está usando máscara demais de professor e, por isso, precisa se expor mais.

O grupo social/profissional pressiona para que o indivíduo assuma valores impostos de fora para dentro. A originalidade não é bem acolhida e o padrão de normalidade pode abafar as manifestações criativas.


“Em benefício da imagem ideal, à qual o indivíduo aspira moldar-se, sacrifica-se muito de sua humanidade”.

(Jung)


Toda máscara é bidimensional, isto é, é uma fachada que não contém a terceira dimensão, que seria a verdadeira individualidade (não contém o “self”). A rigidez, associada à morte e à petrificação, é um atributo da máscara. Por isso, muitas vezes, um grau intenso de rigidez imposto pela persona impede a manifestação original, a capacidade de fantasiar espontaneamente, etc.

Quanto maior a persona, menor a individuação, e quanto menor a persona, maior a capacidade de sonhos e fantasias ligadas ao elemento cósmico, ao tempo/espaço infinitos, às conexões simbólicas, astrológicas, lunares, etc.


“A personalidade consciente, como se fora uma peça entre outras num tabuleiro de xadrez, é movida por um jogador invisível. É este quem decide o jogo do destino e não a consciência e suas intenções”.

(Jung)


“Assim, pois, encaro a perda do equilíbrio como algo adequado, pois substitui uma consciência falha, pela atividade automática e instintiva do inconsciente, que sempre visa a criação de um novo equilíbrio; tal meta será alcançada sempre que a consciência for capaz de assimilar os conteúdos produzidos pelo inconsciente, isto é, quando puder compreendê-los e digeri-los”.

(Jung)


De maneira geral, podemos fazer dois usos da persona: um defensivo/patológico (identificação com a persona = normopata) e um criativo, como acontecia, por exemplo, no teatro grego.



Teatro Grego


Nasceu das danças e dos versos improvisados nos rituais dionisíacos. Os gregos consideravam Baco (nome latino de Dioniso ou Dionísio) protetor das belas-artes, em particular do teatro, originado nas representações que faziam por ocasião das festas em honra ao deus.

Viver dezenas de vidas, representar diversos papéis ao mesmo tempo e transformar-se em outras divindades faziam parte do teatro grego.

Téspis, o primeiro ator do teatro grego, simulava ações de outrem e suscitava toda sorte de sentimentos na platéia. Suas encenações correspondiam às paixões do público e, então, acontecia o fenômeno da catarse, entendida como “a purificação das almas através da descarga emocional provocada pelo drama”.

Téspis tornava-se um guerreiro, um deus, um representante dos desejos dos cidadãos, um profeta, um impostor, etc. E todos participavam, concordando ou discordando (o teatro grego era bastante interativo; a platéia tinha participação ativa), cantando com o coro, aplaudindo ou atirando pedras.

As máscaras, antes de Téspis, eram dotadas de feições animais.

Cabia ao ator representar com o rosto, o corpo e as máscaras.

Para Aristóteles, a “catarse” é muito importante porque “ao inspirar, por meio da ficção, certas emoções penosas ou malsãs, especialmente a piedade e o terror, ela nos liberta dessas mesmas emoções”.

A tragédia e a comédia faziam parte do teatro grego.

O conteúdo da tragédia era o mito (inicialmente apenas a lenda de Dionísio).

A comédia só apareceu um século depois da tragédia. Raízes de ambas: festas dionisíacas – elementos solenes do ritual: tragédia; partes alegres: comédia.

Na comédia, muitas vezes as máscaras exprimiam caricaturas ou personagens imaginários.

O primeiro estágio da cena cômica era denominada “comédia ática antiga”. Na “comédia ática nova” a máscara adquiriu características de símbolos.

Existiram mais de quarenta tipos diferenciados de máscaras para a comédia, no teatro grego.



OBSERVAÇÃO E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Esta pesquisa sobre “Persona” e “Teatro Grego” foi feita por mim, Regina Milone, pedagoga, astróloga, arteterapeuta e psicóloga, para ministrar palestra sobre o tema "Persona, Papéis Sociais e Máscaras", no consultório de Beatriz Portella, arte-terapeuta , em 1999.

A pesquisa baseou-se em aulas assistidas no curso de Pós-Graduação de Psicologia Analítica do IBMR (Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação), no Dicionário de Mitologia Greco-Romana da Abril Cultural e na coleção “Mitologia”, volume terceiro, também da Editora Abril Cultural.


De Cid de Oliveira: "Onde e quando surgiu historicamente a Astrologia?"



Onde e quando surgiu historicamente a Astrologia?

Cid de Oliveira - Astrólogo

A Astrologia que praticamos hoje no Ocidente surgiu na Mesopotâmia entre os caldeus. A época exata é ainda um problema para os historiadores oficiais. Mas, existem registros escritos datados de 2200 AC. que afirmam, sem margem de dúvidas, que a Astrologia já existia e era praticada ali em torno de 4000 AC. É dessa fonte que a Astrologia alcança o Egito, reorganiza-se dentro do hermetismo de Alexandria (mais ou menos 300 AC) atinge a Grécia e em seguida o mundo romano. No século XIV ela ocupa o interesse de grandes pensadores, como Santo Tomás de Aquino, que concebe a primeira teoria coerente para explicação do fenômeno astrológico, na sua Suma Contra os Gentios.

Por outro lado, temos informações, muito precisas e tão antigas quanto estas, a respeito da existência de uma Astrologia indiana, de uma chinesa, de uma Astrologia na América do Sul e Central, todas seguindo as mesmas premissas básicas e os mesmos conceitos gerais, adaptados apenas a tempo e lugar. O matemático e especialista em cibernética Dr. Charles Muses no seu livro The lion path: or you can take it with you ( ), publicado em 1985, mostra que, em todo mundo, desde os planaltos do Tibete até as costas da Escandinávia, existem as mesmas correspondências entre os planetas e os dias da semana. Essas atribuições universais e outras como, por exemplo, os significados dos setores zodiacais sugerem a existência de uma origem comum para essas Astrologias. Acredito que o estudo comparativo, histórico e simbólico, dessas diversas Astrologias pode fornecer pistas importantes sobre esse mistério que é onde, quando e como surgiu a Astrologia.

Se estudarmos a formação do império babilônio egípcio veremos que eles se constituíram a partir da união de diversas tribos cujos mitos e ritos estavam vinculados à paisagem terrestre. Um exemplo desse tipo de povo é o índio americano e sua relação com a pradaria e o bisão. Se tirarmos estes elementos, não poderemos compreender a civilização, o psiquismo, os valores e a economia do índio. Tanto que quando o bisão foi quase extinto, essa cultura praticamente desapareceu.


http://portodoceu.terra.com.br/estudo/perguntas-historia.asp




segunda-feira, 12 de novembro de 2007

DEFICIENTE É...... ( de Renata Villela)

‘Deficiente’ é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter consciência de que é dono do seu destino.

“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.

“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

“Diabético” é quem não consegue ser doce

“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois ‘Miseráveis’ são todos que não conseguem falar com Deus.


Pessoal,

Me alertaram (obrigada, Giulia!) sobre a autoria deste belo texto e fui buscar maiores informações, descobrindo que NÃO É do Mário Quintana. De qualquer maneira, o texto é belíssimo! Leiam abaixo o que achei no site http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/12/341480.shtml


"Autoria Declarada
Prof. Renata Villela 27/12/2005 22:29

Entrei em contato com a Prof. Renata Villela que declarou a autoria do texto na mensagem abaixo:

"Há alguns meses recebi uma mensagem dizendo que estava circulando na internet o texto citado como sendo de autoria de Mário Quintana. Confesso que não dei muita importância e até mesmo me senti orgulhosa. Algum tempo depois o Senado Federal publicou o texto no folder de divulgação do Dia Nacional de Valorização da Pessoa com Deficiência. Aí fiquei preocupada e enviei uma mensagem para o senador Flávio Arns, autor do projeto, para esclarecer que o texto era de minha autoria. Não obtive resposta e continuei tocando a vida sem me preocupar com o fato. O texto foi escrito no final de 1990 quando estava me mudando para Minas Gerais. Não entendo como alguém pode atribuir algo tão amador ao grande Mário Quintana.

"De qualquer forma lhe agradeço e espero que continuem divulgando o texto, mas atribuindo a autoria a mim. Afinal em 1990 Mário Quintana ainda vivia, portanto nem psicografado o texto pode ter sido.

"Abçs e feliz ano novo!"

Infelizmente, parece que políticos continuam a tentar alavancar suas limitações solapando o direito original da autora e a memória do Poeta.

De um admirador do trabalho de ambos."

domingo, 21 de outubro de 2007

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Maria Rita - a minha alma

Família super talentosa essa! Adoro essa música, de O Rappa, cantada por Maria Rita.
Beijinhos...

Traduzir-se

Poema que amo e com o qual me identifico, de Ferreira Gullar, musicado por Fagner e lindamente cantado por Adriana Calcanhoto. UAU!!!

Futuros Amantes

Chico Buarque, genial como sempre, falando como criou e depois cantando "Futuros Amantes". Lindo!!!
Beijos...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Rifa-se um coração

RIFA-SE UM CORAÇÃO

'Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como
poucos. Rifa-se um coração que, na realidade, está um pouco usado, meio
calejado, muito machucado e que teima em alimentar sonhos e cultivar
ilusões. Um coração inconseqüente e precipitado, que diante de um sorriso
mais malicioso já está apaixonado. Rifa-se um coração que nunca aprende.
Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para
se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções
verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos
erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo
em nome de paixões. Sai do sério e, às vezes, revê suas posições
arrependido de palavras e gestos. Rifa-se um coração tão inocente que se
mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Rifa-se um coração, ou
mesmo troca-se por outro, que tenha um pouco mais de juízo.'

Clarice Lispector

Eu e meu filho Diogo


"Meu filho,

eu quero ser um bom exemplo.
Nunca de perfeição nem de coerência.
Nunca de bom comportamento e normalidade, mas de originalidade e amor.
Você, e só você, poderá gerar todas as minhas sementes. Fazer brotar a nosso redor, até onde a vista alcança, vestígios de um mundo melhor.
Quero te ensinar a amar a liberdade, a arrancar a felicidade possível que existe por trás das cortinas e dos padrões.
Ah, meu filho eu quero ser um bom exemplo e só tem um jeito:
eu ser FELIZ."
(Glória Horta)


Nosso medo mais profundo

"Nosso medo mais profundo
não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo
é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas,
o que mais nos apavora.

Nós nos perguntamos:

Quem sou eu para ser Brilhante,

Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem é você para não ser?

Você é filho do Universo.

Se fazer pequeno não ajuda o mundo.
Não há iluminação em se encolher
para que os outros não se sintam inseguros
quando estão perto de você.

Nascemos para manifestar a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo, nossa presença, automaticamente, libera os outros."


(Nelson Mandela)


Para se pensar...

ALEGORIA

Imagine-se que um monge medieval europeu, vivendo no século XIII, tenha entrado em estado de catalepsia, morte aparente e coma. Seu corpo (surpreendentemente vivo) foi guardado nas catacumbas do convento durante centenas de anos até que, no fim do século XX, foi trazido intacto para outro convento, no centro de São Paulo, tornando-se objeto de veneração. Um dia, por razões desconhecidas ainda pela Ciência, despertou de sua letargia profunda e saiu a caminhar pela cidade. Quase entrou em desespero! Havia milhares de pessoas pelas ruas, um ruído ensurdecedor, um ar que ardia os olhos e um odor de decomposição; passavam objetos de metal em alta velocidade com humanos aprisionados dentro, havia buracos de onde entravam e saíam pessoas continuamente, todos com roupas estranhas. O mais espantoso eram as casas, redivivas torres de Babel, e, choque supremo, pequenas tendas de ferro expondo e vendendo objetos semelhantes a manuscritos mas com letras diferentes. O monge parou; admirado, diante de uma delas e observou com horror que estavam à mostra similares de livros estampando imagens perfeitas de mulheres e homens completamente nus. Correu dali, tapando a visão demoníaca. Correu sem rumo e às cegas até que, tateando uma porta, por ela entrou e, ainda sem enxergar direito, disparou pelo corredor até achar uma sala vazia; nela precipitou-se, sentando-se ainda esbaforido. De repente, percorreu a sala com o olhar e, pela primeira vez, acalmou-se. O ambiente era muito familiar e seguro e quase tudo ali presente ele já conhecia: o mobiliário, a disposição dos móveis, a decoração, a maior parte dos objetos de trabalho. Estava em uma sala de aula!


(desconheço a autoria)

Crianças

Crianças?


Dia após dia nega-se às crianças o direito de serem crianças. Os fatos que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana.

O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que acostumem a atuar como o dinheiro atua.

O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo.

E os do meio, os que não são nem ricos nem pobres, conserva-os à mesa de um televisor, para que aceitem desde cedo, como destino, a vida prisioneira.

Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças.


(desconheço o autor)

Poemas

"Tudo manifesta símbolos
e sábio é aquele que
em qualquer coisa
pode ler outra."


(Plotino)

"Tudo vale a pena, se a alma não é pequena! "
(Fernando Pessoa)
"... meu coração é uma canção de amor em eterna dissonância com o caostidiano..."
(Sérgio Rojas)
"Nos outros eu sei,
o coração tem moradia certa,
fica no meio do peito,
mas comigo a anatomia ficou louca:
sou todo coração!"
(Maiakovski)


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Escola e Autoconhecimento

Aí vai um trecho muito legal sobre escola e autoconhecimento, da psicóloga junguiana Anita Moraes, que trabalha, entre outras coisas, com visualização criativa:
"...Nós freqüentamos escola desde o nascimento. Os bebês, hoje em dia, desde que nascem já vão para os berçários, pois os pais precisam trabalhar. Depois freqüentam o maternal, o jardim, o pré e tantas outras "divisões" criadas para os primeiros anos de vida. Entram na escola, aprendem a ler e a escrever, decoram tudo sobre "os seres vivos", desde os vegetais até baleias, animais e aves, passando muito de leve pelo próprio homem. Decoram longas equações, aprendem o nome de rios, vales e montanhas que jamais verão, sabem tudo sobre personagens da história que viveram há milênios, aprendem sobre as máquinas, as invenções e os avanços científicos e tecnológicos. Encontram-se, depois de todas essas etapas, preparados para "sobreviver" em sociedade. Pelo menos, é nisso que acreditam.
Nenhuma escola formal, no entanto, ensina a viver e a controlar as emoções. Nenhuma escola aponta saídas criativas para as situações do cotidiano. O resultado são homens e mulheres adultos que aparentemente sabem vestir-se e comportar-se adequadamente, que aparentemente trabalham e são pessoas sérias e que constituem famílias e criam novos pequenos homens. Por dentro, são emocionalmente crianças, que convivem com fortes conflitos. Ou então, empedernidos velhos emocionais, antes mesmo de atingirem a velhice. No íntimo, sofrem com toda sorte de pensamentos e de sentimentos que não ousam revelar aos outros, pois isto não é próprio de um adulto. Então, escondem o próprio desconforto e fingem. E aí, temos uma vasta gama de indivíduos que, por não explorarem a fundo seu próprio potencial, apenas fazem de conta que trabalham seriamente, pois foram preparados por fora, e não por dentro.
Por que isso acontece? Porque, como já disse, escola alguma prepara o homem para o autoconhecimento. E, desconhecido de si mesmo, o homem biologicamente adulto não alcança a plenitude da maravilha que é o ato de viver. Quanto mais se conhece, mais se torna capaz de reter essa possibilidade. Quanto menos se conhece, menos controla suas emoções; ao invés disso, deixa-se controlar por elas. A máxima Homem, conhece-te a ti mesmo ainda é tão insuperável quanto antiga. ..."

A complicada arte de ver


Ela entrou, deitou-se no divã e disse:
- Acho que estou ficando louca!

Fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura.

- Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto.

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro:

- 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver.


Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando
Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram".

Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa, garrafa, prato, facão, era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre.
Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro
disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, como Jesus Cristo, tornado outra vez criança: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas".
Por isso, porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver, eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar "olhos vagabundos"...

(Rubem Alves - educador, escritor, psicanalista)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Poema em Linha Reta - Fernando Pessoa

Na voz de Abujamra, vale a pena ouvir com o coração...
Salve Fernando Pessoa, o maior de todos os poetas!!!

Eros e Psique - Texto de Fernando Pessoa

O lindo texto de Fernando Pessoa na voz de Maria Bethânia e ao som de Chico Buarque. Deleitem-se!!!


Conta a lenda que dormia
uma princesa encantada
a quem só despertaria
um Infante, que viria
de além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado
vencer o mal e o bem
antes que, já libertado
deixasse o caminho errado
por que à Princesa vem.

A princesa adormecida
se espera, dormindo espera
sonha em morte a sua vida
e orna-lhe a fonte, esquecida
uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado
sem saber que intuito tem
rompe o caminho fadado
ele dela é ignorado
ela pra ele é ninguém

Mas cada um cumpre o Destino
ela dormindo encantada
ele buscando-a sem tino
pelo processo divino
que faz existir a estrada.

E se bem que seja obscuro
tudo pela estrada afora
e falso, ele vem seguro
e, vencendo estrada e muro
chega onde, em sono, ela mora.

E, inda tonto com o que houvera
à cabeça, em maresia
ergue a mão, e encontra a hera
e vê, que ele mesmo era
a Princesa que dormia.


(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Jung e Alquimia (texto)

Como psicóloga e arteterapeuta, de base junguiana, tive alguns mestres que considero geniais e que me inspiram sem parar, além de algumas linhas psicoterapêuticas e analíticas que também considero enriquecedoras, tais como: W. Reich e as psicoterapias corporais, S. Freud e a Psicanálise, Fritz Perls e a Gestalt Terapia, Jacob Levy Moreno e o Psicodrama... e, principalmente, o grande Carl Gustav Jung e sua Psicologia Analítica. E uma das coisas mais interessantes na vasta teoria dele é a relação que faz do processo terapêutico com a antiga Alquimia (que também é uma das bases da Astrologia, especialmente no que se refere a teoria das correspondências, e da Homeopatia, no que se refere ao método explicativo). Abaixo alguns trechos sobre como Jung faz essa relação, que foram escolhidos para um trabalho de grupo que fizemos (eu, alguns colegas e o professor Carlos Bernardi) na faculdade. Vale a pena ler!

“O que torna a alquimia tão valiosa para a psicologia é o fato de suas imagens concretizarem as experiências de transformação por que passamos na psicoterapia...”
“Cedo percebi que a psicologia analítica coincidia de modo bastante singular com a alquimia. As experiências dos alquimistas eram, num certo sentido, as minhas próprias experiências, assim como seu mundo era meu mundo. Foi, com efeito, uma descoberta marcante: eu encontrara a contraparte histórica da minha psicologia do inconsciente”.
“A real natureza da matéria era desconhecida do alquimista; ele tinha meros indícios a respeito. Ao tentar explorá-la, projetou o inconsciente sobre as trevas da matéria, a fim de iluminá-la... Enquanto fazia suas experiências químicas, o operador passava por determinadas experiências psíquicas que lhe pareciam ser o comportamento particular do processo químico. Como se tratava de uma questão de projeção, ele naturalmente desconhecia o fato de a experiência nada ter a ver com a própria matéria. Ele experimentava sua projeção como uma propriedade da matéria; mas sua experiência, na realidade, era do próprio inconsciente.”
(Jung, Psicologia e Alquimia)

Todo o desconhecido e vazio é preenchido com projeções psicológicas; é como se o próprio fundamento psíquico do investigador se espalhasse na obscuridade. O que ele vê ou pensa ver na matéria são principalmente os dados de seu próprio inconsciente projetados.
O que torna a alquimia tão valiosa para a psicologia é o fato de suas imagens concretizarem as experiências de transformação por que passamos na psicoterapia; é uma anatomia da individuação.


O método de explicação da Alquimia é
(reparem a relação com os princípios da Homeopatia):
“O obscuro pelo mais obscuro e o desconhecido pelo mais desconhecido”

Teoria das correspondências (reparem na relação com a Astrologia):
Segundo essa teoria qualquer coisa que aconteça em um plano da realidade produz um efeito correspondente sobre outro nível da realidade. Todos os mundos são paralelos e congruentes. Realizar uma operação no nível físico causa impacto no nível espiritual.
Do ponto de vista da alquimia interior, as operações físicas simbolizariam o esforço que o ego deve fazer para compreender as experiências imaginativas e integra-las em sua vida, as vezes um sonho ou uma visão requer atuação no mundo material.
Extrair significado de experiências interiores e aplicar suas lições a vida exterior também corresponde a faceta física da obra. Não podemos permanecer sempre em estado visionário (imaginativo) é essencial que o individuo dê expressão física a tais experiências.
Os dois mundos interior e exterior estão muito mais ligados do que podemos perceber e o trabalho feito em um deles alimenta o trabalho do outro.
“o que está em cima é como o que está em baixo”


FASES DO PROCESSO ALQUÍMICO
1. NIGREDO
“Quando vires o negro alegra-te, pois é o início da tua obra”.
É o que acontece no início da análise: opostos entrando em guerra. O dragão está dentro do vaso hermético onde nada entra nem sai.

2. ALBEDO

Para os alquimistas o branco é a luz celestial, a clareza e o entendimento.
É a fase da análise em que já se compreende, mas de forma ainda intelectual.

3. CITRINITAS
O amarelecimento vai ajudar a tirar a brancura da albedo, o monoteísmo do branco, nos fazendo encarar o mundo sem vê-lo apenas como projeção.
Páginas, dentes ou dedos amarelados que remetem à putrefação ruína e decadência.
O amarelecimento não somente deteriora a psicologia branca da albedo como inicia a conversão do interior para o exterior.

4. RUBEDO

Leva sempre a alguma meta. É quando se sai do intelecto e volta para o mundo, para o corpo, para vivenciar o social; sai da esfera privada para a pública; é o sol renascido; é o vermelho - só o sangue pode reavivar.
“Na linguagem dos alquimistas, a matéria sofre até que o nigredo desapareça, quando a aurora será anunciada pela cauda do pavão e um novo dia nascerá, o leukosis ou albedo. Mas nesse estado de “brancura” não se vive, na verdadeira acepção da palavra; é uma espécie de estado ideal, abstrato. Para insuflar-lhe vida, deve ter “sangue”, deve possuir aquilo a que os alquimistas chamam o rubedo, a “vermelhidão” da vida. Só a experiência total da vida pode transformar esse estado ideal do albedo num modo de existência plenamente humano. Só o sangue pode reanimar o glorioso estado de consciência em que o derradeiro vestígio de escuridão é dissolvido, em que o diabo deixa de ter uma existência autônoma e se junto à profunda unidade da psique. Então, o opus magnum está concluído: a alma humana está completamente integrada”.
Carl Gustav Jung

A escolha do momento oportuno

Para os alquimistas toda pressa era motivada pelo demônio; apressar-se viola a evolução gradual de acordo com o tempo. Viver de acordo com o tempo faz diferença entre o sucesso e o fracasso.
“todos os que buscamos essa Arte não podemos atingir resultados úteis senão com um alma paciente, laboriosa e solícita, com uma coragem perseverante e com uma dedicação contínua”.
“aqueles que possuem esse mistério serão objeto de escárnio dos homens e serão olhados com uma atitude de superioridade”
Isso é o trabalho da psicoterapia: ninguém que se encontre fora dele consegue entender, será desdenhado e ridicularizado, pelo ponto de vista do coletivo convencional, quer de outra pessoa quer da própria sombra de quem estiver envolvido.

Banho Maria
Maria Profetisa, a primeira alquimista, nascida no século I ou II d.c., inventou um método de aquecimento suave e gradual, o banho maria. Usado como metáfora alquímica, ele indica que o início da análise deve ser lento. O analista deve ter a sensibilidade de perceber a temperatura adequada para o paciente suportar conscientizar-se de seus complexos.
Os alquimistas achavam que não tinham controle sobre as operações e que não eram responsáveis por fazê-las funcionar. Eram, sim, responsáveis por manter um fogo adequado, estimulando as substâncias em sua própria transformação natural e orgânica. Isso corresponde ao papel do terapeuta, sua atividade é controlar o calor do setting analítico, este deve estar a uma temperatura precisa para que os processos interiores comecem a ocorrer. Se o calor for excessivo, a obra se arruina e, se for escasso, não consegue promover os processos necessários. Assim era a regulação do calor para os alquimistas diante do processo de transmutação do chumbo em ouro.
Na alquimia, sujeito e objeto se misturam. O herói se relaciona com o dragão e chega a ser fecundado por ele ao invés de matá-lo. A retórica da alquimia é como bem receber o dragão (o inconsciente, o sintoma, aquilo que fala); não é a retórica do ego heróico, mas do ego imaginal, aquele que realmente ouve o inconsciente.
Dragão Alquímico

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Egocentrismo ou auto-estima?

Resolvi postar aqui um mural de fotos minhas, que fiz recentemente. Mas antes fiquei meio grilada: "será que vão me achar muito egocêntrica?"
Mas aí pensei: "caramba, é tão bom poder se ver, em várias fases, acompanhar um pouco desse trajeto de vida, reviver e - por que não? - admirar a própria beleza e/ou simpatia!" Então postei.
Sempre tive altos problemas de auto-estima. Não precisava muito pra me desvalorizar. E é por isso mesmo que poder me olhar e gostar do que vejo - da vida, do brilho nos olhos, dos sorrisos, do tempo passando... - é especialmente gostoso e até útil pra mim, pra eu não esquecer tão fácil de uma boa parte de quem sou. E é uma forma de me apresentar um pouco mais pra quem visitar meu blog também.
Caras, rostos - máscaras? - sempre me atraíram. Só aparência? "Quem vê cara não vê coração"? Depende. Se a gente olhar com sensibilidade pro que mora no olhar e no sorriso... iremos muito além!
Afinal... Ego? Tenho, claro!...rsrsrs. Mas não é gigante não.
Auto-estima? Estou trabalhando nisso!
Viajar em si mesmo, mergulhar no interior (espelhado nos rostos?), olhando também pro exterior, até que faz um bem danado. Experimentem!
Beijos...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Vanessa da Mata e o Meio-Ambiente

Hoje eu estava escutando o CD "Sim", da Vanessa da Mata, no carro, indo pra Caxias, pra escola onde trabalho. Uma das músicas me chamou a atenção e me fez lembrar de uma amiga querida, sensível e inteligente, que gosto muito e com quem tenho trocado bastante.
A música tem umas tiradas ótimas, tipo "destruição é reflexo do humano", "a ambição desumana o Ser", "desmatam tudo e reclamam do tempo - que ironia conflitante" e termina com uma estrofe muito legal onde ela questiona o progresso e diz "com a mãe, ingratidão - DERAM O GALINHEIRO PRA RAPOSA VIGIAR" (esse final é o máximo!).
Leiam a letra, vejam e ouçam o vídeo que estão abaixo.

Essa é pra vc, Juliana, minha amiga zen!
Beijos...
Regina.

Vanessa da Mata - Absurdo

Havia tanto pra lhe contar
A natureza
Mudava a forma o estado e o lugar
Era absurdo
Havia tanto pra lhe mostrar
Era tão belo
Mas olhe agora o estrago em que está
Tapetes fartos de folhas e flores
O chão do mundo se varre aqui
Essa idéia do natural ser sujo
Do inorgânico não se faz
Destruição é reflexo do humano
Se a ambição desumana o Ser
Essa imagem de infértil deserto
Nunca pensei que chegasse aqui
Auto-destrutivos,
Falsas vitimas nocivas?
Havia tanto pra aproveitar
Sem poderio
Tantas histórias, tantos sabores
Capins dourados
Havia tanto pra respirar
Era tão fino
Naqueles rios a gente banhava
Desmatam tudo e reclamam do tempo
Que ironia conflitante ser
Desequilíbrio que alimenta as pragas
Alterado grão, alterado pão
Sujamos rios, dependemos das águas
Tanto faz os meios violentos
Luxúria é ética do perverso vivo
Morto por dinheiro
Cores, tantas cores
Tais belezas
Foram-se
Versos e estrelas
Tantas fadas que eu não vi
Falsos bens, progresso?
Com a mãe, ingratidão
Deram o galinheiro
Pra raposa vigiar
(fonte: site oficial)